Grupo de Estudo da Teoria da Utilização Progressiva

PROUT é um conceito económico e social que reconhece as dimensões física, mental e espiritual da natureza humana e, como tal, fornece um guia para o desenvolvimento holístico de uma sociedade verdadeiramente progressiva.

12.1.07

Um exemplo cooperativo de sucesso: Mondragón

Mondragón Cooperative Corporation (Espanhol: Mondragón Corporación Cooperativa - o MCC) é um grupo de produção industrial e de empresas de distribuição sedeadas no país basco e também no resto de Espanha, bem como no estrangeiro. É uma das maiores cooperativas de trabalhadores do mundo.

Fundação

A empresa foi fundada em Arrasate, uma cidade em Gipuzkoa, ou Mondragón na língua castelhana. A cidade sofreu imenso durante a guerra civil espanhola, assistindo-se a um elevado nível de desemprego. Um jovem padre católico, José María Arizmendiarrieta, chegou em 1941 e decidiu focalizar-se no desenvolvimento económico da cidade, tendo por base os métodos cooperativos para conseguir os seus objectivos. Já existia uma tradição de organizações cooperativas e de auto ajuda, mas foram destruídas com a guerra.

Em 1943, Arizmendi fundou uma escola politécnica democraticamente controlada. A escola desempenhou um papel chave no ressurgimento e no desenvolvimento do movimento cooperativo. Em 1956, cinco graduados novos da escola fundaram a primeira empresa cooperativa, denominada ULGOR (agora Fagor Electrodomésticos) após a junção das iniciais dos seus sobrenomes, que durante os primeiros anos dedicaram-se à produção de aquecedores e de fogões. Em 1959, criaram a “Caja Laboral Popular”, uma união de crédito com o objectivo de permitir aos seus membros cooperativos o acesso aos serviços financeiros e o fornecimento de fundos para empreendimentos cooperativos novos.

Novas empresas cooperativas surgiram nos anos seguintes, incluindo a “Fagor Electrónica”, a “Fagor Ederlan” e a “Danobat”. Entendeu-se também convidar outras cooperativas para se juntarem ao grupo, oferecendo-se o apoio necessário a algumas empresas com dificuldades económicas na condição de se transformarem em cooperativas.

As empresas do grupo dão a preferência às “suas irmãs”. Os trabalhadores das cooperativas controlam as finanças das cooperativas através da “Caja Laboral”, têm seguros de saúde e fundos de pensão em “Lagun Aro” e têm descontos na cadeia de distribuição de “Eroski” e em equipamentos da “Fagor”. As lojas de Eroski são fornecidas por caminhões pertencentes às cooperativas. Os membros podem ter estudado em “ikastola” e prosseguido os seus estudos na Universidade de Mondragoón, tendo ao mesmo tempo um estágio numa cooperativa.

Quando uma cooperativa tem um problema económico, os trabalhadores preferem fazer cortes nas despesas do que a proceder a “Layoffs”. Se a situação for muito má, os trabalhadores excedentários são integrados noutras cooperativas do grupo temporariamente.

Desenvolvimentos actuais

Nos anos 80, várias empresas responderam às pressões do globalização juntando-se à “Mondragón Cooperativo Corporation”. O MCC é agora a maior estrutura empresarial do país basco, a sétima maior de Espanha. É considerada a maior cooperativa de trabalhadores do mundo. Em 2002 o MCC contribuiu com 3.7% do Produto Nacional Bruto do país basco. Tem 38 complexos industriais no estrangeiro, e este número deverá elevar-se no futuro.

A educação foi sempre importante no MCC, daqui a conversão da velha escola na universidade de Mondragón nos anos 90, uma universidade privada capaz de promover o desenvolvimento tecnológico e de gestão das cooperativas. Uns 4.000 estudantes estão nos campus da universidade em Oñati, em Eskoriatza e em Mondragón.

O MCC é constituído agora por 150 empresas, com ramificações importantes na produção industrial e na engenharia, bem como no retalho, nos investimntos financeiros e na área educacional. A cadeia de Suermercados, Eroski, é a quarta maior em Espanha.

O governo basco e as autoridades tributárias têm uma série de instrumentos de apoio às cooperativas. A região de Deba que envolve a localidade de Mondragon manteve uma elevada taxa de emprego mesmo durante a crise do sector industrial basco.

Problemas a resolver

O tamanho enorme do MCC causou tensões entre as necessidades de uma estrutura internacional e a coerência aos princípios cooperativos tradicionais. Existem acusações que as fábricas localizadas no exterior, principalmente na América latina, onde não são dados os mesmos direitos aos trabalhadores do que em Espanha. Em 2004, estimou-se que apenas metade da força laboral são membros de pleno direito.

As medidas existentes para impedir um fosso grande nos vencimentos entre os gestores e os restantes trabalhadores foram relaxadas para aumentar a competitividade na aquisição de profissionais qualificados para o exercício de cargos superiores.

Os problemas existem para serem resolvidos com sabedoria. Depois de mais de 50 anos de experiência de certo que poderão ultrapassa-los.

Adaptado da Wikipédia