Grupo de Estudo da Teoria da Utilização Progressiva

PROUT é um conceito económico e social que reconhece as dimensões física, mental e espiritual da natureza humana e, como tal, fornece um guia para o desenvolvimento holístico de uma sociedade verdadeiramente progressiva.

30.1.07

Instituto Venezuelano de Investigação de Prout


A missão do instituto de pesquisa de Prout da Venezuela é dar poder a todos os povos para melhorar a sua qualidade de vida e para viver em uma sociedade mais justa, promovendo o desenvolvimento de cooperativas de trabalhadores, de comunidades auto-suficientes, da consciência ambiental, da ética universal e de valores espirituais.

A visão do instituto de pesquisa de Prout da Venezuela é de ser uma instituição modelo independente, reconhecida na comunidade nacional e internacional pelas suas pesquisas, educação, conferências e publicações. Será estudado o potencial de cada área e realizada uma análise às políticas actuais, aplicando os princípios dinâmicos da teoria progressiva da utilização (Prout) para melhorar significativamente o padrão e a qualidade de vida dos cidadãos, que nós servimos.

Procuraramos fortalecer as cooperativas de trabalhadores, de modo a que os povos, trabalhando em conjunto, se transformem numa força capaz de criar uma democracia económica verdadeira e regionalmente auto-sustentável. Promovendo a instrução de qualidade elevada e despertando consciências, nós trabalhamos para permitir que as comunidades possam determinar o seu próprio futuro económico.

O objectivo de Prout é conseguir o uso máximo, racional e sustentável de recursos naturais, bem como o desenvolvimento do potencial físico, mental e espiritual dos povos, para o bem estar progressivo de todos os seres vivos. O instituto desenvolverá as propostas específicas de promoção da terra, reformas fiscais e monetárias e outras iniciativas positivas. Nós estamos dedicados ao trabalho cooperativo com outras organizações governamentais e Não-governamentais na Venezuela, América latina e no mundo, para o desenvolvimento integral e sustentável deste país.

Declaração de Valores

Nós acreditamos que todos os povos merecem:

O direito a viver em dignidade, com as exigências mínimas garantidas: alimento, roupa, habitação, instrução e cuidados médicos.
O direito a um trabalho honesto, com salário justo e um ambiente limpo e usado sustentavelmente.
O poder de tomar decisões sobre os seus próprios recursos, o seu ambiente e as suas condições de trabalho.
Comércio justo e sustentável.

Nós opomo-nos à(s):

Corrupção.
Violações dos direitos humanos.
Práticas de negócios ecologicamente insustentáveis.
Regras económicas que têm um impacto adverso nas comunidades, nos governos nacionais e nas regiões do mundo.
Concentração da posse da terra e de recursos naturais nas mãos de alguns.

Curso Prout



A Faculdade de Prout fornece cursos de estudos de Prout. É actualmente a única Faculdade no mundo que está a fornecer tais cursos. No presente, o curriculum contém oito temas. O certificado de estudos de Prout pode ser realizado em tempo integral ou parcial, e tem a equivalência académica a um diploma. Os estudantes que não querem realizar o curso na íntegra têm a oportunidade de estudar individualmente cada um dos oito assuntos do curso.

O certificado dos estudos de Prout engloba os seguintes assuntos:

* Introdução aos estudos de Prout
* Tantra, espiritualidade e mudança social
* Macro história e futuros do mundo
* Economia de Transformação
* Neo-humanismo, decisão política e edições contemporâneas
* Fronteiras da ciência
* Género, espiritualidade e cooperação coordenada
* Instrução para a libertação

para mais informação, veja: http://proutcollege.org/

24.1.07

Um encontro ao fim do dia...

Grupo de Estudo da Teoria de Utilização Progressiva
Dia 29 de Janeiro (Segunda-feira) - 19.00 h
No Centro de Yoga e Meditação da Ananda Marga
Caminho de Baixo de S. Pedro, n.º 28
“Visita à rede de cooperativas Mondragón – Um exemplo para Portugal – Desenvolvimento Económico e Responsabilidade Social”

Esta é a maior e bem sucedida rede de cooperativas do mundo. Começou nos anos 50, hoje mais de 50 000 trabalhadores estão empregados em 120 cooperativas, todas parte da “Mondragón Cooperative Corporation” (MCC).
No dia 3 de Janeiro um grupo de pessoas deslocou-se à cidade basca de Mondragón, para compreender a história, a estrutura empresarial, a gestão e os projectos para o futuro desta realidade económica e social desta região. Com o objectivo de divulgar a informação recolhida e demonstrar que outras sociedades estão aplicar os princípios da economia descentralizada, da auto-sustentabilidade, do cooperativismo, convidamos a participar neste encontro, onde haverá espaço para apresentação de projectos para a realidade local. Duração: 1 hora.

Informações
Restaurante Vegetariano - Jardim Público de Angra
Shiila - 969 790 260; 919 490 296
Francisco 969 014 557 e mail - fdinis71@portugalmail.pt

23.1.07

Instituto de Prout da Austrália


O Instituto de Prout da Austrália (PIA) é uma instituição de educação e de pesquisa que promove:

Economia cooperativa
Comunidades Auto-suficientes
Descentralização económica e governo global
Gestão de recursos sustentável
Novas definições de progresso económico

Este Instituto tem como missão a promoção de uma compreensão crítica das teorias sociais e económicas conhecidas como a Teoria de Utilização Progressiva (Prout) e a filosofia do Neo-humanismo.

Prout é baseado no Neo-humanismo, uma filosofia que mistura as tradições ambientais de povos indígenas à volta do planeta, a tradição humanista da Europa e a tradição espiritual do sub continente indiano. Da tradição ambiental, Prout acolhe o conceito de comunidades integradas com seu ambiente ou bio-regiões naturais. A construção de comunidades saudáveis podem ser vistas como uma etapa preliminar de Prout. Da tradição do humanista, Prout acolhe o conceito da democracia económica; comunidades locais que controlam a sua própria economia local. Da tradição espiritual, Prout selecciona o conceito de progresso humano conseguido com a utilização equilibrada dos recursos físicos, intelectuais, emocionais, psíquicos, sociais e espirituais. Daqui o acrónimo Prout, conhecido para a teoria de utilização progressiva.


Ver - http://pia.org.au/

22.1.07

Construção de Comunidades Holísticas

21.1.07

Visita à Rede de Cooperativas Mondragón

Na manhã de 3 de Janeiro de 2007, quando muitas pessoas ainda estavam de férias, Mikel Leamiz, Director da Difusão Cooperativa, estava à nossa espera. Nós os quatro tinhamos guiado durante oito horas através do nevoeiro até à cidade de Mondragón no país Basco, região do norte de Espanha. O Mikel é como uma enciclopédia viva – pergunta-se algo e ele recorda-se imediatamente dos factos.

Esta é a maior e bem sucedida rede de cooperativas do mundo. Começou nos anos 50, hoje mais de 50 000 trabalhadores estão empregados em 120 cooperativas, todas parte da “Mondragón Cooperative Corporation” (MCC).

A experiência cooperativa da Mondragón segue 10 princípios básicos, mais três do que a “International Cooperative Alliance” (ICA):

1. Admissão aberta
2. Organização Democrática
3. Soberania do trabalho
4. O carácter instrumental e subordinado do capital
5. Gestão Participativa
6. Pagamento Solidário
7. Intercooperação
8. Transformação Social
9. Universalidade
10 Educação

O pagamento solidário é um dos objectivos da ICA. Mikel explicou que o salário anual em qualquer das cooperativas é de € 13 000 (aproximadamente US$ 17 000). Durante 20 anos assistiu-se a uma diferença salarial inferior a 3 entre os trabalhadores. Contudo, para evitar perder os gestores de topo para outras empresas decidiu-se um incremento salarial para estes profissionais, registando-se uma diferença salarial de 4.5, na maior parte das cooperativas, entre o salário de topo e o salário mínimo, em vigor em cada. Em algumas cooperativas esta diferença salarial é maior, como na “Caja Laboral Bank”, onde a diferença é de 8 vezes, e o Director Executivo da “Mondragón Cooperative Corporation” tem um rendimento 9 vezes superior, ou € 126 000 (US$164 000) por ano.

Todos os novos trabalhadores nas cooperativas no país Basco têm um período experimental de seis meses a um ano. Se conseguirem demonstrar que são bons trabalhadores e se aceitarem o sistema cooperativo, eles podem tornar-se membros ao investir um ano de salário – que podem obter, em caso de necessidade, através de um empréstimo no banco cooperativo a pagar por um período de 36 meses, com um juro de 3.7%. Mas os benefícios de serem membros são significativos. Por € 30 por mês, todos os membros da familia do trabalhador tem um programa completo de saúde. Por € 15 por mês, os membros podem enviar os seus filhos para a melhor escola privada, que é gerida numa base cooperativa. Também há casas subsidiadas e mais importante, eles têm um trabalho seguro para a vida! Se por alguma razão a sua cooperativa necessita de dipsensar trabalhadores por algum tempo, eles serão transferidos para outra cooperativa. Das 120 cooperativas, apenas 12 perderam dinheiro no último ano, com um total de 110 trabalhadores a serem transferidos para outras cooperativas.

A educação, a pesquisa e a inovação foram sempre pilares essenciais do crescimento da MCC, com muitos dos lucros a serem investidos em cada ano na Universidade (com 4 000 alunos), sete outras escolas cooperativas e 11 cooperativas de pesquisa e de desenvolvimento. A sofisticação e alta tecnologia de centenas de produtos produzidas nas fábricas cooperativas fazem delas entidades muito competitivas em Espanha e no mundo, ganhando por ano um total de € 11 mil milhões.

Cada cooperativa é responsável pelo seu próprio marketing. A maioria das cooperativas são industriais ou de serviços – havendo apenas 4 agrícolas, com algumas de tamanho muito pequeno. Da mesma maneira que a Modrogan Cooperative Corporation não está activamente a promover o cooperativismo junto dos agricultores locais, este também não é promovido noutras fábricas e empresas de outras regiões de Espanha ou de outros países; Contudo, a direcção da MCC finalmente passou uma resolução para começarem a divulgar o cooperativismo através da sua rede global de empresas. As mulheres são cerca de 42% do total dos membros da Mondragón, mas infelizmente elas são eleitas para para apenas 15 % das posições de gestão.

Cada cooperativa tem uma assembleia geral de todos os membros que decide quais as políticas gerais e estratégias a seguir, a eleição ou deposição, por voto secreto, dos membros do Conselho Directivo e da Auditoria Financeira. Este Conselho depois nomeia os directores da cooperativa.
À pergunta se a organização teve problemas com práticas desonestas ou corrupção, Mikel respondeu, “Cada cooperativa tem auditorias internas e externas. Além disso, há um controlo social, devido à cultura Basca e ao espírito cooperativo desenvolvido durante 50 anos, que encoraja a confiança e a solidariedade dento do grupo. Até agora,” disse ele, batendo na madeira,” houve apenas três casos do meu conhecimento de roubos dentro das cooperativas. Nenhum dos autores eram gestores do topo, todos foram descobertos rapidamente, e todos os três foram expulsos por uma assembleia geral, das suas respectivas cooperativas.”No ano passado 18 activistas do Movimento dos Sem Terra do Brasil assistiram durante 2 meses a um curso de iniciação de negócio e gestão eficiente de cooperativas. Este ano um curso similar começará em Março; com o Instituto de Investigação de Prout a incentivar a SUNACOOP e outras organizações Venezuelanas a enviarem participantes.Nós estamos empenhados a continuar o nosso estudo da bem sucedida experiência da Mondragón, trouxemos muitos livros e materiais quando deixamos o local. Depois o Mikel enviou um email onde escreveu:
“Estive a ler na Internet acerca de Prout, fiquei supreendido com as suas ideias claras e pragmáticas do desenvolvimento socio-económico das comunidades. Eu acredito que existem muitas similaridades entre a filosofia da nossa experiência “Mondragón Cooperative” e Prout: por exemplo, a importância da descentralização económica ( no MCC cada cooperativa é independente e mantém a sua automomia), democracia participativa, o equilíbrio entre o social e o económico, etc. Em geral, eu concordo com tudo o que aparece no Guia de Estudo de Prout.”

“Permita-me fazer a seguinte reflexão. Talvez a maior diferença existente entre vocês e nós, é que nós tentamos sempre evitar sermos demasiado beligerantes com os sistemas económicos nossos vizinhos (capitalismo e comunismo) para evitar suspeições e seguir o nosso caminho, com pragmatismo na busca de um equilíbrio entre a eficiência económica das nossas empresas e o desenvolvimento social da nossa região. A nossa principal missão é gerar riqueza na nossa sociedade. Outra diferença significativa poderá ser que o nosso cooperativismo é mais dirigido ao nível do trabalho. Fora das empresas não estamos tanto sensíveis com a vida espiritual (embora nós defendemos a transformação social em direcção a uma sociedade mais justa, igualitária e unida). Eu acredito que vocês são mais espirituais do que nós e a vossa filosofia de vida e a vossa prática são muito consistentes com os valores que propagam. Direi que demonstram cooperativismo 24 horas por dia, enquanto nós fazemos durante as oito horas de trabalho! Claro que na nossa vida pessoal e familiar tentamos também continuar com os valores cooperativos e solidários, mas sem sermos tão perfecionistas.””Em conclusão, eu espero que possamos encontrar-nos no futuro e de uma maneira ou outra, isso poderá melhorar este mundo. Com saudações cooperativas,
Mikel Lezamiz, Director da Difusão Coopertiva MCC.”

16.1.07

Visita a Mondragón

Quatro pessoas empenhadas no desenvolvimento de um sistema social e económico baseado nas ideia de Prout, visitaram no início de Janeiro de 2007 a rede de cooperativas Mondragón, na região basca de Espanha. Em breve será colocado neste blog noticias sobre a forma como decorreu esta experiência e como no futuro poderá ser concretizada uma cooperação entre a Mondragon Cooperative Corporation e o movimento Prout.

12.1.07

Um exemplo cooperativo de sucesso: Mondragón

Mondragón Cooperative Corporation (Espanhol: Mondragón Corporación Cooperativa - o MCC) é um grupo de produção industrial e de empresas de distribuição sedeadas no país basco e também no resto de Espanha, bem como no estrangeiro. É uma das maiores cooperativas de trabalhadores do mundo.

Fundação

A empresa foi fundada em Arrasate, uma cidade em Gipuzkoa, ou Mondragón na língua castelhana. A cidade sofreu imenso durante a guerra civil espanhola, assistindo-se a um elevado nível de desemprego. Um jovem padre católico, José María Arizmendiarrieta, chegou em 1941 e decidiu focalizar-se no desenvolvimento económico da cidade, tendo por base os métodos cooperativos para conseguir os seus objectivos. Já existia uma tradição de organizações cooperativas e de auto ajuda, mas foram destruídas com a guerra.

Em 1943, Arizmendi fundou uma escola politécnica democraticamente controlada. A escola desempenhou um papel chave no ressurgimento e no desenvolvimento do movimento cooperativo. Em 1956, cinco graduados novos da escola fundaram a primeira empresa cooperativa, denominada ULGOR (agora Fagor Electrodomésticos) após a junção das iniciais dos seus sobrenomes, que durante os primeiros anos dedicaram-se à produção de aquecedores e de fogões. Em 1959, criaram a “Caja Laboral Popular”, uma união de crédito com o objectivo de permitir aos seus membros cooperativos o acesso aos serviços financeiros e o fornecimento de fundos para empreendimentos cooperativos novos.

Novas empresas cooperativas surgiram nos anos seguintes, incluindo a “Fagor Electrónica”, a “Fagor Ederlan” e a “Danobat”. Entendeu-se também convidar outras cooperativas para se juntarem ao grupo, oferecendo-se o apoio necessário a algumas empresas com dificuldades económicas na condição de se transformarem em cooperativas.

As empresas do grupo dão a preferência às “suas irmãs”. Os trabalhadores das cooperativas controlam as finanças das cooperativas através da “Caja Laboral”, têm seguros de saúde e fundos de pensão em “Lagun Aro” e têm descontos na cadeia de distribuição de “Eroski” e em equipamentos da “Fagor”. As lojas de Eroski são fornecidas por caminhões pertencentes às cooperativas. Os membros podem ter estudado em “ikastola” e prosseguido os seus estudos na Universidade de Mondragoón, tendo ao mesmo tempo um estágio numa cooperativa.

Quando uma cooperativa tem um problema económico, os trabalhadores preferem fazer cortes nas despesas do que a proceder a “Layoffs”. Se a situação for muito má, os trabalhadores excedentários são integrados noutras cooperativas do grupo temporariamente.

Desenvolvimentos actuais

Nos anos 80, várias empresas responderam às pressões do globalização juntando-se à “Mondragón Cooperativo Corporation”. O MCC é agora a maior estrutura empresarial do país basco, a sétima maior de Espanha. É considerada a maior cooperativa de trabalhadores do mundo. Em 2002 o MCC contribuiu com 3.7% do Produto Nacional Bruto do país basco. Tem 38 complexos industriais no estrangeiro, e este número deverá elevar-se no futuro.

A educação foi sempre importante no MCC, daqui a conversão da velha escola na universidade de Mondragón nos anos 90, uma universidade privada capaz de promover o desenvolvimento tecnológico e de gestão das cooperativas. Uns 4.000 estudantes estão nos campus da universidade em Oñati, em Eskoriatza e em Mondragón.

O MCC é constituído agora por 150 empresas, com ramificações importantes na produção industrial e na engenharia, bem como no retalho, nos investimntos financeiros e na área educacional. A cadeia de Suermercados, Eroski, é a quarta maior em Espanha.

O governo basco e as autoridades tributárias têm uma série de instrumentos de apoio às cooperativas. A região de Deba que envolve a localidade de Mondragon manteve uma elevada taxa de emprego mesmo durante a crise do sector industrial basco.

Problemas a resolver

O tamanho enorme do MCC causou tensões entre as necessidades de uma estrutura internacional e a coerência aos princípios cooperativos tradicionais. Existem acusações que as fábricas localizadas no exterior, principalmente na América latina, onde não são dados os mesmos direitos aos trabalhadores do que em Espanha. Em 2004, estimou-se que apenas metade da força laboral são membros de pleno direito.

As medidas existentes para impedir um fosso grande nos vencimentos entre os gestores e os restantes trabalhadores foram relaxadas para aumentar a competitividade na aquisição de profissionais qualificados para o exercício de cargos superiores.

Os problemas existem para serem resolvidos com sabedoria. Depois de mais de 50 anos de experiência de certo que poderão ultrapassa-los.

Adaptado da Wikipédia